domingo, 22 de setembro de 2013

O HIBRIDISMO ARQUITETÔNICO DE FLORIANÓPOLIS A PARTIR DE 1930

As cidades e suas características arquitetônicas são de interesse dos estudos sobre patrimônio, uma vez que fazem parte dos bens culturais da sociedade. Com o passar do tempo, devido às dinâmicas sociais, elas passam por inúmeras transformações, se reinventando a todo o momento. Em seu artigo Patrimônio, arquitetura e estética urbana em Florianópolis a partir de 1930, Sabrina Fernandes Melo discute algumas manifestações arquitetônicas presentes em Florianópolis a partir de 1930.

A autora alega que na década de 1930 a cidade de Florianópolis passou por diversas transformações, que foram percebidas em sua arquitetura, até então caracterizada apenas pelo estilo clássico e que passou a incorporar características da modernidade. Percebemos, nesse período de transição, que o patrimônio arquitetônico de Florianópolis da época representava o momento pelo qual a cidade estava passando, caracterizado pela mescla do clássico com o moderno, o que resultou em um hibridismo arquitetônico.

O patrimônio cultural edificado fortalece certos traços da memória coletiva, tendo impacto na formação sócio-territorial dos indivíduos. Melo enaltece o fato de que essa implementação da estética modernista era utilizada no discurso político da época. Podemos inferir que um dos motivos pelo qual a modernidade foi utilizada nesse discurso político seja pelo fato de a modernidade estar associada à ideia de progresso.


A belíssima Ponte Hercílio Luz liga o continente à ilha de Florianópolis

O texto nos mostra que, apesar da importância dessa estética arquitetônica de Florianópolis, os prédios dessa época não são devidamente contemplados nas políticas patrimoniais da cidade, acarretando na presença de um patrimônio “invisibilizado”. A autora ressalta que a arquitetura pode transparecer a permanência ou ruptura com a tradição. Percebemos, nesse sentido, o papel da arquitetura dos espaços públicos na sociabilidade, enquanto produtora de discursos, sendo utilizada para elucidar um ideal que se deseja consagrar no imaginário sobre a cidade.

REFERÊNCIA

MELO, Sabrina Fernandes. Patrimônio, Arquitetura e Estética Urbana em Florianópolis a partir de 1930. Mouseion, n. 12, maio/ago. 2012, p. 105-117.

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